Mandato Goura

Emater apresenta diagnóstico das comunidades quilombolas e tradicionais do Vale do Ribeira ao Mandato Goura

Conhecer os projetos e ações que estão sendo desenvolvidos pelo Governo do Estado junto às Comunidades Remanescentes Quilombolas e Comunidades Tradicionais Negras do Vale do Ribeira foi o objetivo da reunião, realizada nesta terça-feira (2), entre o deputado estadual Goura (PDT) e representantes da Emater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural).

Ao todo, segundo dados repassados pela Emater, 601 famílias quilombolas ou tradicionais vivem na região, distribuídas em 17 comunidades nos municípios de Adrinanópolis, Boacaiúva do Sul, Cerro Azul e Doutor Ulysses.

O Mandato Goura tem proposto e cobrado ações do Governo do Estado, em diversas áreas, que atendam as demandas apresentadas pelas comunidades quilombolas e tradicionais.

“Estamos acompanhando as necessidades das comunidades e sugiro uma ação conjunta para buscarmos soluções que possam melhorar a vida das famílias, garantindo geração de renda, qualidade de vida, preservação da cultura e tradição, e acesso aos serviços públicos”, afirmou Goura durante a reunião.

Além de propor o PL 701/2020, que institui o Circuito Cicloturístico Quilombos do Ribeira e Parque das Lauráceas, que tem o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável e incentivar a economia local do Vale do Ribeira, o Mandato Goura apresentou requerimentos com demandas das comunidades para diversas Secretarias do Estado.

Leia aqui a matéria sobre as ações do Mandato Goura para as comunidades.

Isolamento e falta de assistência

No Requerimento N° 5629/2020, encaminhado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, foi solicitado suporte técnico para a produção agrícola, capacitação e infraestrutura para as comunidades terem acesso às políticas de comercialização institucional, garantindo a permanência dos agricultores no campo.

A Emater fez uma apresentação de todas as ações que estão sendo realizadas junto às comunidades do Vale do Ribeira e um diagnóstico sobre os principais problemas enfrentados e necessidade das famílias.

O diretor-presidente da Emater, Natalino de Souza, participou da reunião com o deputado Goura e destacou as dificuldades enfrentadas pelas comunidades e observou que a única instituição que chega até a região é a Emater.

“Não é possível termos uma comunidade que tem que ser atendida pelo Governo de São Paulo”, argumentou ao falar da dificuldade de acesso às comunidades. “Quando um trabalhador tem que andar três ou quatro quilômetros para chegar ao nosso escritório, tudo fica mais difícil”, acrescentou.

Entre as dificuldades enfrentadas, a Emater listou: número de técnicos abaixo da demanda (evasão de técnicos por não ser da região); carência de formação de jovens aliada à dificuldade de manter o jovem no meio rural sem acesso a meios digitais e sem possibilidade de expansão financeira, e escassez de pessoas capacitadas para gerir as ações desenvolvidas nas comunidades.

Demandas das comunidades

Conforme relatou a técnica Ana Mirian Araújo, a atuação do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural) com quilombolas no Vale do Ribeira é bastante diversa, devido às características de cada município, bem como do próprio quadro de pessoal do Instituto, que desde 2019 passou a agregar a Emater e o Iapar.

Porém, muitas comunidades sofrem com dificuldades de acesso, falta assistência técnica, social e de saúde. As demandas abrangem desde a área de organização rural, comercialização dos produtos, produção e bem estar social, falta de energia elétrica e saneamento, entre outras.

“Têm comunidades onde só é possível chegar por barco ou a cavalo, havendo necessidade de ir até Barra do Turvo, no Estado de São Paulo para ter acesso ao local”, afirmou Ana Mirian sobre as comunidades do município de Adrianópolis e também sobre a comunidade de Areia Branca, em Bocaiúva do Sul.

Conforme o técnico Vanderlei Perez, o município de Adrianópolis conta com um total de 421 famílias, sendo essas comunidades estão em locais de difícil acesso, com pouca infraestrutura. “A maioria dessas famílias vive da agricultura familiar e busca meios e alternativas de diversificar a produção nas propriedades”.

Ações na região

Na Comunidade de Areia Branca, em Bocaiúva do Sul, uma parceria com a Petrobrás, garantiu a implantação de uma agroindústria para geração de renda que vem mudando a vida das 22 famílias.

Conforme a Assistente Social que atua na comunidade, Jussara Inês Dresch, essa parceria e a adesão a alguns projetos como PNHR (Programa Nacional de Habitação Rural), Pró-Rural e Mais Gestão têm trazido melhorias significativas.

“Melhoria da qualidade de vida; não dependem mais de projetos de transferência de renda (Bolsa Família); jovens estão retornando à comunidade; capacitação profissional de qualidade; acessibilidade digital, e comercialização da produção”, listou Jussara.

Da mesma forma, o técnico da Emater, Vanderlei Perez que atua em Adrianópolis tem feito a diferença na comunidade. “O município ficou sem técnico do IDR – Paraná, durante três anos. Há cerca de um ano, foi alocado um técnico no escritório local, o colega Vanderlei, que se identificou com o trabalho nas comunidades e desenvolve atividades nas cadeias da banana (no sistema orgânico) e aipim de mesa”, relatou Ana Mirian.

Já as duas comunidades do município de Doutor Ulysses são atendidas esporadicamente por um técnico da Emater. “Pois a maioria trabalha no pinus e algumas famílias beneficiárias dos projetos sociais que desenvolveram a atividade na cadeia do citrus (ponkan), são atendidas quando procuram o escritório local”, informou.

E por fim, as comunidades do município de Cerro Azul ficam mais próximas do município de Castro pelo qual são atendidas.

Mandato presente

O deputado Goura reafirmou o compromisso do mandato em acompanhar e cobrar políticas públicas que garantam o desenvolvimento sustentável da Região do Vale do Ribeira.

“Estamos em contato com outras secretarias e órgãos do poder publico para mobilizar o desenvolvimento sustentável dessa região, com olhar especial para o potencial cultural, para as Comunidades Quilombolas e Tradicionais, para o turismo de natureza, inclusive com a discussão sobre a visitação controlada e guiada do Parque Estadual das Lauráceas”, afirmou o deputado.

Parque Estadual das Lauráceas

Considerado o maior remanescente de Mata Atlântica do Brasil, o Parque Estadual das Lauráceas está localizado entre os municípios de Bocaiúva do Sul, Tunas do Paraná e Adrianópolis, na Região Metropolitana de Curitiba.

Saiba mais sobre o Parque das Lauráceas no vídeo abaixo produzido pelo Mandato Goura.

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Subscribe to My Newsletter

Subscribe to my weekly newsletter. I don’t send any spam email ever!

Pular para o conteúdo