Mandato Goura

Morre cicloviajante argentino baleado no interior do Paraná. Precisamos mesmo de mais armas?

Há aproximadamente um ano, o ciclista Cristian Corrizo partiu com sua bicicleta da cidade argentina José C. Paz para uma viagem por diversos países da América Latina.

No último sábado (12), poucos dias depois de cruzar a fronteira brasileira e começar sua pedalada pelo Paraná, foi baleado com três tiros por homens em uma caminhonete branca, numa estrada na cidade de Cantagalo, interior do estado.

Aparentemente, o crime não teria motivação alguma, já que Cristian foi encontrado com todos os seus pertences. Segundo relato de amigos, o rapaz não conhecia ninguém na região e não tinha inimigos.

Depois de lutar 4 dias por sua vida num hospital na cidade de Guarapuava, Cristian não resistiu aos ferimentos e faleceu nesta terça-feira (15). Seu último post no Facebook foi no dia 11/01, em Foz do Iguaçu, quando pedalava junto a outros ciclistas (abaixo).

Pedimos a qualquer pessoa com informações sobre os autores do crime que, por favor, ligue para o disque-denúncia (181) e compartilhe o que sabe para ajudar a polícia a encontrar os responsáveis – a denúncia é anônima. Não podemos aceitar que crimes como esse fiquem impunes.

Nosso sentimentos aos familiares do ciclista e de todas as pessoas que perderam suas vidas pelo poder destrutivo de armas. Descanse em paz, hermano.

Mais armas, mais mortes.

Este crime bárbaro nos enche de indignação e preocupação, pois também nesta terça-feira (15) o presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que pretende facilitar a posse de armas.

Segundo o senador João Capiberibe (PSB-AP), em reportagem à Sputniknews, a medida “vai facilitar enormemente os que mais são interessados em se armar, [como] as milícias, os agentes do crime organizado, os foras-da-lei, eles vão deixar de contrabandear arma e vão comprar arma, porque vai ser liberado e o decreto do presidente atende ao lobby dos fabricantes de armas, tal qual nos Estados Unidos”.

Na mesma matéria, o advogado criminalista Breno Melaragno admitiu ter receio da medida. “Armar a população em geral ao ponto em que os requisitos para se andar com uma arma de fogo na rua sejam flexibilizados, aí eu sou radicalmente contra. Isso envolveria homicídios em brigas de trânsito, em discussões em bares e restaurantes, seria algo extremamente perigoso.”

O Brasil tem hoje mais de 60 mil homicídios por ano, número que tende a aumentar ainda mais caso o porte de armas seja facilitado. É isso mesmo o que queremos?

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