Autor de um Projeto de Lei que incentiva a agroecologia, o deputado estadual Goura (PDT) participou hoje (15) da assinatura simbólica do convênio “Semeando Gestão e Fortalecendo a Organização Produtiva Sustentável”, entre Itaipu Binacional, Cooperativa Central da Reforma Agrária do Paraná (CCA-PR) e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI).
O convênio prevê um investimento de R$ 80 milhões até 2027, beneficiando 3.500 famílias em assentamentos de todo o Paraná que estão em processo de transição para a produção orgânica. Com isso, espera-se uma produção de 9 mil toneladas de alimentos por ano para programas voltados a merenda escolar.
Goura elogiou a iniciativa e destacou que “a transição agroecológica é necessária para o desenvolvimento de um modelo de agricultura menos danoso, trazendo benefícios de toda ordem para produtores, consumidores, fauna e ambiente”.
O deputado ressaltou ainda que em outubro de 2023 protocolou na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) o Projeto de Lei n.º 833/2023 que trata do reconhecimento legal da transição agroecológica e propõe mecanismos de apoio para viabilizar as unidades agropecuárias que optem e/ou necessitem de transição agroecológica para o seu desenvolvimento produtivo sustentável.
“Ao promover a transição, busca-se alcançar um modelo de agricultura agroecológica que seja ambientalmente correto, economicamente viável, socialmente includente e culturalmente reconhecido”, afirmou Goura.
Agroecologia é o caminho
O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, ressaltou a importância do convênio observando que o acesso ao crédito e à assessoria técnica é muito difícil quando se trata da agricultura familiar. “Então esse é um projeto com olhar para 2030. Esse é o caminho. A produção orgânica, a agroecologia é uma pauta que hoje se impõe”.
Para o presidente da CCA-PR, Fábio Herdt, a falta de assistência técnica nos assentamentos dificulta a produção. “Para se ter uma ideia, a última assistência técnica do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para os assentamentos foi em 2014. Então esse convênio vai atender toda essa demanda dos agricultores que estão em transição para a agroecologia”, afirmou.
Também participaram da assinatura do convênio a presidente do PT Nacional e deputada Federal Gleisi Hoffmann, os deputados federais Zeca Dirceu e Elton Welter, e os deputados estaduais Professor Lemos e Arilson Chiorato, todos do PT, além de representantes de várias autarquias federais, de cooperativas e de associações de assentamentos da Reforma Agrária.
Saiba mais sobre a produção dos assentamentos da Reforma Agrária
De acordo com informações divulgadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Paraná, as cooperativas estão articuladas através da Cooperativa Central de Reforma Agrária do Paraná (CCA), ferramenta articuladora do Sistema Cooperado dos Assentamentos que organiza o processo de produção, agroindustrialização, comercialização e assistência técnica das mais de 20 mil famílias assentadas, nos 320 projetos de assentamentos do estado.
O sistema produtivo está alicerçado em 25 cooperativas, 64 agroindústrias e cerca de 100 associações, e produz mais de 100 tipos de produtos beneficiados. Entre as linhas de produção em assentamentos e acampamentos do estado estão as do leite, milho, arroz, feijão, ovos, hortifrúti, café, mel, cana-de-açúcar e sua destilação, erva-mate, polpa e suco de frutas, ração animal e panificados.
Ao todo são gerados cerca de 600 postos de trabalho diretamente nas agroindústrias, áreas de administração e logística. São 5.400 famílias cooperadas e outras 30 mil famílias atendidas – entre assentadas, integrantes da agricultura familiar e de comunidades tradicionais.
Com informações da página www.mst.org.br