Mandato Goura

Modelo britânico de parques nacionais pode inspirar nova política de conservação no Paraná, diz Goura (PDT)

O deputado estadual Goura (PDT) participa, até o dia 23 de outubro, de uma missão internacional na Inglaterra que busca compreender como o modelo britânico de gestão de parques nacionais pode ser adaptado à realidade da Mata Atlântica e, em especial, às unidades de conservação do Paraná.

 

A viagem acontece a convite da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e da Universidade de York, dentro do projeto “Repensando Estratégias de Conservação: Lições dos Parques Nacionais do Reino Unido para os Campos Gerais do Paraná”, coordenado pelo professor Carlos Hugo Rocha (UEPG) e pela professora Lindsay C. Stringer, diretora do Instituto de Sustentabilidade Ambiental de York (YESI).

 

Confira a carta convite ao deputado Goura:

 

Modelo ao Paraná

 

“Estamos aqui na Inglaterra a convite de professores da UEPG, que desenvolvem parcerias com a Universidade de York e com instituições voltadas à conservação da biodiversidade e das paisagens naturais”, contou Goura, que iniciou a visita técnica no dia 20.

 

O deputado disse que esta será uma semana intensa de aprendizado e troca de experiências e que vai contribuir para o avanço das unidades de conservação no Brasil, especialmente, no Paraná.

 

“Estamos conhecendo de perto a gestão dos parques nacionais, como esses espaços se estruturam e de que forma administram conflitos com áreas agrícolas e propriedades rurais”, explicou. Segundo ele, o projeto faz parte do programa YESI Fellows, que promove cooperação científica entre o Reino Unido e o Brasil.

 

“A proposta central é avaliar de que forma as práticas inglesas de governança ambiental, uso sustentável do solo e envolvimento comunitário podem contribuir para o fortalecimento dos Parques Nacionais brasileiros, muitos deles ainda sem plano de manejo, com entraves fundiários e dificuldades de financiamento”, detalhou Goura.

 

Parceria com a UEPG

 

O deputado explicou que a visita à Inglaterra foi viabilizada pelo professor Carlos Hugo, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), que desenvolve um trabalho de análise comparativa entre a realidade observada na Inglaterra e a brasileira, especialmente no que tange aos parques nacionais, à gestão das unidades de conservação, à paisagem, à beleza cênica e aos diferentes usos do território.

 

“O sistema de parques inglês é notável por integrar o desenvolvimento econômico das comunidades e proprietários rurais à conservação ambiental”, informou o professor Carlos Hugo Rocha.

 

Segundo ele, o modelo brasileiro, influenciado pelo modelo norte-americano, prioriza a preservação da natureza, muitas vezes com a exclusão humana.

 

“Embora essa abordagem possa ser adequada em algumas regiões do Brasil, como na Amazônia, para a realidade brasileira e, particularmente, para o Paraná, a parceria com as comunidades se mostra fundamental para garantir a conservação. Sem essa colaboração, o progresso na conservação ambiental será limitado”, destacou Rocha.

 

“A oportunidade de vivenciar e compreender a realidade inglesa, e como ela é gerenciada, representa uma valiosa experiência para todos nós e um importante referencial para a conservação no Paraná e no Brasil”, disse ele.

 

 

Parques Nacionais da Inglaterra

 

Nos Parques Nacionais de North York Moors e Yorkshire Dales, a delegação observa um sistema que se apoia em parcerias, regulação pactuada e incentivos econômicos.

 

“Ao contrário do modelo tradicional brasileiro, que depende de desapropriações caras e lentas, o sistema britânico permite que comunidades, produtores rurais e órgãos públicos compartilhem responsabilidades pela conservação”, explicou Rocha.

 

O professor destacou que essa estrutura de governança cooperativa alia preservação ambiental e vitalidade econômica, assegurando que os parques sejam também espaços de trabalho, turismo e bem-estar social.

 

“O modelo inglês mostra que é possível proteger e produzir, com base em planejamento, ciência e participação social. Esse é um caminho concreto para que os parques da Mata Atlântica, como o dos Campos Gerais, deixem de ser apenas áreas no papel e se tornem territórios vivos, com função ecológica e desenvolvimento local”, lembrou Rocha.

 

Diálogo entre instituições

 

A professora Lindsay C. Stringer, diretora do YESI e líder do programa YESI Fellows, destacou a importância do intercâmbio com a UEPG e outras instituições públicas brasileiras.

 

“O diálogo entre universidades e instituições públicas é essencial para encontrar soluções sustentáveis de longo prazo. Com recursos limitados para desapropriações, modelos cooperativos se tornam fundamentais para proteger e manejar os ecossistemas”, afirmou.

 

A missão técnica reúne representantes de instituições públicas e acadêmicas, entre eles membros do Legislativo, do Executivo e da sociedade civil, vinculados à gestão do Parque Nacional dos Campos Gerais e de outras unidades de conservação do Paraná.

 

O intercâmbio integra o programa YESI Fellows, voltado à cooperação científica e ao desenvolvimento de políticas ambientais inovadoras.

 

 

Cooperação internacional

 

Para o deputado Goura, a visita é importante pelo seu caráter institucional e político e por ele ser um parlamentar com atuação voltada às áreas de meio ambiente, ecoturismo e mobilidade ativa.

 

“Ao representar a Assembleia Legislativa do Paraná nessas discussões sobre políticas públicas e financiamento da conservação, estamos colaborando para formalizar termos de cooperação internacional nessas áreas”, explicou.

 

Por isso, segundo ele, a interlocução com universidades e órgãos britânicos reforça o papel do legislativo estadual na formulação de estratégias de transição ecológica e na integração entre pesquisa científica e políticas de campo.

 

Reuniões e visitas técnicas

 

O deputado Goura acompanha a equipe da UEPG em reuniões, visitas técnicas e caminhadas guiadas nos parques, que tratam de temas como restauração de ecossistemas, turismo sustentável, reintrodução de espécies, prevenção de incêndios e uso racional do solo.

 

As atividades seguem até o dia 23, quando a missão se encerra na Universidade de York, com um painel sobre biodiversidade no Antropoceno no Centro Leverhulme para Biodiversidade, além de reuniões de avaliação e planejamento de novos projetos bilaterais.

 

“Quando um deputado estadual participa de uma missão técnica como esta, ele traz para o campo legislativo a compreensão prática de como políticas públicas funcionam na realidade. Isso pode acelerar a efetividade e a prosperidade das Unidades de Conservação do Paraná”, destacou o professor Rocha.

 

“Essa missão marca um passo importante na cooperação internacional entre universidades e parlamentos e pode servir de referência para a construção de um novo modelo de gestão ambiental, mais participativo, sustentável e financeiramente viável”, concluiu Goura.

 

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