Ajudar a desenvolver e promover o desporto para surdos no Paraná é o mais recente compromisso do Mandato Goura. A novidade surgiu durante a reunião realizada, nesta quinta-feira (1), entre o deputado estadual Goura (PDT) e integrantes da diretoria da Federação Desportiva de Surdos do Paraná (FDSP).
Nesta reunião foram definidos alguns encaminhamentos que serão conduzidos pelo mandato: agendar reunião com Helio Wirbiski, superintendente-geral da Superintendência Geral do Esporte; realizar estudos para a elaboração de lei estadual de fomento ao desporto para pessoas surdas ou com deficiência auditiva no Paraná e realizar uma audiência pública na Assembleia Legislativa para debater o desporto surdo. Também a declaração de utilidade pública estadual para a FDSP.
“Vamos apoiar da melhor forma o movimento surdoesportivo. Nosso mandato já agrega a defesa e a inclusão das pessoas com deficiência. Agora vamos trabalhar com a Federação Desportiva de Surdos para fomentar o desporto surdo no Paraná”, disse Goura.
A reunião contou com a presença do presidente da FDSP, Anderson Santana Jr, do professor Juju; da vice-presidente Celma Gomes, da diretora financeira Mariana Fuzetti, da surdoatleta Josiane Poleski e do chefe de gabinete Ivo Reck. A conversa foi traduzida para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) por Lídia Klein.
O presidente da FDSP, Anderson Juju, disse que a iniciativa do deputado Goura será importante para dar maior visibilidade ao trabalho da federação e ao desporto surdo. “A Federação Desportiva de Surdos do Paraná atua há 30 anos. Queremos alcançar todas as pessoas surdas, principalmente as crianças, para que tenham na prática esportiva uma alternativa para promover a inclusão e o desenvolvimento pessoal e social”, disse ele.
A surdoatleta, que é a forma usual como se tratam os atletas surdos no meio do desporto surdo, Josiane M. Poleski, que joga futsal de surdos e foi campeã mundial em 2019, disse (em Libras), que todo o apoio é fundamental para difundir o desporto surdo. “O desporto surdo ajuda as pessoas com deficiência auditiva no desenvolvimento social, cultural e também na educação”, comentou ela.
“Apesar de ser um universo específico, o desporto surdo ainda é pouco conhecido e valorizado. O Paraná tem muitos atletas surdos que poderiam receber apoio e incentivo. E muitos desses são atletas de alto desempenho e deviam receber apoio, inclusive, financeiro e de outras formas”, explicou Josiane.
O Professor Juju disse que a reivindicação para a inclusão dos surdoatletas nos programas de incentivo, como o do bolsa-atleta, tem projeto de lei tramitando na Câmara dos Deputados. “Se for aprovada, esta lei vai ser fundamental para que o desporto surdo alcance e promova os atletas. Nosso objetivo é que todas as escolas do Paraná promovam o desporto surdo”, disse.
Ele explicou que o desporto surdo não faz parte da Paraolimpíada porque os surdos não são considerados paratletas. “Os Comitês Internacionais decidiram que a comunidade surda internacional realizasse seus próprios eventos, por isso temos os Jogos Surdolímpicos, o Deaflympics”, explicou. “Nosso objetivo na FDSP é realizar a SurdoOlimpíada Paranaense em 2022.”
Segundo dados apresentados pelo presidente da FDSP, o Paraná tem 330 atletas surdos e o Brasil cerca de 5 mil. “Temos, conforme o IBGE, 500 mil surdos no Paraná e 10 milhões no Brasil. É um público enorme que pode ter melhor qualidade de vida e outros benefícios por meio do esporte”, afirmou Professor Juju.
Surdolímpiada Nacional