A primeira Plenária “A Cidade que Queremos” organizada pelo mandato do deputado estadual Goura (PDT) reuniu dezenas de pessoas de diferentes regiões da cidade e de diversas áreas de atuação, na noite de quarta-feira (13), para debater os desafios de Curitiba.
O evento teve por objetivo reunir as pessoas que participaram da plataforma “Curitiba que Queremos” e retomar as discussões sobre a cidade com um olhar coletivo.
“Agora, passadas as eleições, nós decidimos mudar para ‘A Cidade que Queremos’. Essa plataforma é um processo contínuo de construção que se pauta nos problemas da cidade e não é restrito ao mandato. É um grupo muito mais amplo”, afirmou Goura.
A ideia, segundo ele, é manter o processo de discussão coletivo, ampliar os debates sobre a cidade e agregar mais pessoas ao grupo.
“O processo eleitoral é muito cruel. E o que a gente faz com tudo que a gente produziu e não se elege? Vamos promover práticas contínuas de formação política, manter a organização e fortalecer os movimentos para ter mais forças”, disse.
Plano Diretor e licitação do transporte
Goura destacou que em 2025 Curitiba terá dois grandes processos importantes que precisam da participação de toda a população.
“Teremos a revisão do Plano Diretor e a licitação da nova concessão do transporte coletivo. Precisamos estar organizados para participar desses processos porque queremos uma cidade mais justa e inclusiva em todos os 75 bairros”, disse.
Ampla participação
Muitas pessoas participaram da plenária e fizeram falas no sentido de fortalecer e ampliar as discussões e as ações do coletivo.
Entre os temas citados para serem fortalecidos destacam-se: população em situação de rua, educação, moradia, cultura, lazer, mobilidade e meio ambiente.
“Eu penso muito na Curitiba que eu não quero. Que é a Curitiba da intolerância, do ódio, do fascismo, a Curitiba que não olha pra todos. Cresci em lugares perigosos, com famílias que não lutam pra viver, lutam para sobreviver. Lá a escala não é 6×1 é 7×0”, afirmou o professor Everton Passos, do Alto Boqueirão.
“Cinema e teatro, as crianças de lá só conhecem quando fazem passeios da escola. E para transformar essa realidade eu parto da minha base que é a educação”, completou o professor.
A vereadora eleita Laís Leão afirmou que é preciso manter a união e a ação para transformar a realidade e construir a cidade que queremos.
“A esperança é o que nos resta. Ver vocês aqui me dá bastante certeza de que temos um caminho importante a percorrer”, afirmou ao colocar seu futuro mandato à disposição do coletivo.
Coordenadora do Elos Invisíveis, uma organização sem fins lucrativos que desenvolve ações em comunidades carentes de Curitiba, Viviane Vicentin, falou da necessidade de resgatar o trabalho de base junto à população periférica.
“As pessoas nutrem um descrédito muito grande pelas instituições e pela política. Precisamos reconhecer as populações periféricas. Precisamos enxergar essas pessoas”, observou.
Wagner Bitencourt, homem cego, servidor público e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência, lembrou que a cidade que queremos precisa de integração e inclusão.
“As pessoas com deficiência são invisibilizadas nesse processo. O fato é que a gente está em um momento de muito sofrimento e as pessoas com deficiência sofrem ainda mais. Temos que ouvir essas pessoas e trazer elas para as nossas ações”, pontuou.
Transformar a realidade
Depois de muitas falas, Goura fez o fechamento da plenária e falou sobre a importância da força coletiva que transforma a realidade das cidades.
“Desde 2004, a gente está nessa transformação. Como ativista, criando movimentos, pintando ciclofaixa e outras intervenções. Depois como vereador, com a agricultura urbana e tantas outras ações e agora, como deputado. Acredito que temos a difícil tarefa de conciliar a utopia com o pragmatismo. Por isso, “A Cidade que Queremos” é uma proposta de ação com diversidade temática, de territórios e de construção coletiva”, concluiu.
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