O 4º Fórum Paranaense de Cannabis e o 1º Simpósio de Cannabis da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que aconteceram nos dias 9 e 10, em Maringá, marcaram uma nova etapa do debate público sobre o uso medicinal e científico da maconha no Paraná.
Pela primeira vez, uma universidade pública estadual sediou o evento, reunindo mais de 600 participantes entre pesquisadores, profissionais da saúde, estudantes, gestores e representantes de associações.
Paraná na vanguarda
“O Fórum e o Simpósio mostram que o Paraná está na vanguarda da discussão sobre a cannabis no Brasil. Ter a Universidade Estadual de Maringá como sede é simbólico e poderoso”, destacou Goura.
O deputado disse que a cannabis precisa ser tratada como tema de saúde pública, desenvolvimento e cidadania, e não como tabu. “Este evento comprova que o diálogo, a escuta e a construção coletiva são o caminho. Aqui, a ciência e a política se encontram para transformar conhecimento em direitos”, disse.
5º Fórum será em Toledo
Segundo Goura, a presença das universidades públicas na pauta da cannabis medicinal está consolidada e anunciou a escolha de Toledo, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), como sede do próximo Fórum Paranaense de Cannabis, em 2026.
“Esse e o próximo evento consolidam o protagonismo das universidades como polos de ciência, diálogo e formulação de políticas públicas para o uso da cannabis no Paraná”, destacou.
Ciência, política e participação
Durante dois dias, o Fórum e o Simpósio reuniram especialistas do Direito, da Medicina, da gestão pública e de movimentos sociais. O deputado Goura destacou, na abertura, que a universidade pública é o espaço natural para o avanço do conhecimento e a formulação de políticas.
“A cannabis deve ser tratada como tema de saúde pública, desenvolvimento e direitos humanos, com base em evidências e sem preconceitos”, disse.
A Lei Pétala, aprovada pela Assembleia Legislativa em 2023, de autoria do deputado, foi citada como referência de política pública construída com diálogo e responsabilidade.
A norma garante o acesso a medicamentos e produtos à base de canabidiol e tetrahidrocanabinol para o tratamento de doenças e transtornos de saúde. Para Goura, representa um avanço civilizatório e a consolidação do uso terapêutico da cannabis no SUS estadual.
“Estar na UEM para realizar o quarto Fórum Paranaense da Cannabis foi fundamental para discutir o acesso, o direito à saúde e as possibilidades que a cannabis oferece para a economia e para a agricultura. Reunimos especialistas do Direito, da Medicina e de várias regiões do Brasil”, afirmou.
Universidade pública e produção de conhecimento
A realização do simpósio pela UEM marcou a entrada definitiva das universidades estaduais na agenda da cannabis medicinal. O evento teve apoio da UFPR, UEL, UNILA, UNIOESTE e da Universidade de Coimbra, fortalecendo uma rede de pesquisa e extensão sobre o tema.
A conferência de abertura foi ministrada pela médica Jackeline Barbosa, presidente da Associação Médica Brasileira de Endocanabinologia, que apresentou avanços científicos e terapêuticos no uso da cannabis em tratamentos de saúde. Oficinas, debates, feira de economia solidária e apresentações culturais completaram a programação.
Goura destacou que o Fórum cumpre uma função pedagógica ao aproximar o conhecimento científico da formulação de políticas públicas e das experiências das associações de pacientes.
“O simpósio mostrou que a universidade tem papel central nesse processo. É aqui que se produz conhecimento, se promove a inovação e se formam profissionais com consciência social. O Paraná tem hoje uma base sólida para seguir avançando na pesquisa e na regulamentação da cannabis medicinal”, avaliou Goura.
Encaminhamentos e propostas
As plenárias resultaram em propostas para a elaboração de um novo projeto de lei estadual sobre cannabis, com foco em ampliar o acesso seguro e solidário aos medicamentos e reconhecer o papel das associações de pacientes. Também foi debatida a inclusão do tema nos currículos de cursos universitários e a ampliação da formação técnica em endocanabinologia.
O deputado afirmou que o mandato continuará atuando como instrumento da sociedade e que a equipe está à disposição para apoiar projetos e provocar o poder público quando necessário. Defendeu que o Estado, as prefeituras e as universidades trabalhem de forma articulada para garantir o direito à saúde e à pesquisa científica.
Sociedade civil e compromissos políticos
O Fórum reforçou o protagonismo das associações e da sociedade civil na consolidação da política pública. As entidades presentes defenderam a construção de uma carta de compromissos para orientar candidatos e candidatas nas próximas eleições. Goura destacou que a mobilização social é decisiva para manter a pauta da cannabis com transparência e participação popular.
“As associações são fundamentais nesse processo. Elas constroem conhecimento, ajudam famílias e sustentam o debate público. Esse protagonismo precisa ser reconhecido e fortalecido. É assim que se consolida uma política pública de verdade”, destacou o deputado.
Evento Cannabis é direito
Também foi anunciado o evento Cannabis é Direito, previsto para abril de 2026, em Curitiba, reunindo Defensoria Pública, Ministério Público, OAB, magistratura e universidades. O objetivo é integrar o tema ao sistema de Justiça e consolidar uma política racional, baseada em direitos e evidências.
Encerramento
O evento terminou com apresentações culturais e uma plenária que reafirmou o caráter plural e democrático do movimento. “Maringá mostrou a força da mobilização regional. Queremos levar esse debate sobre a cannabis para todos os 399 municípios do Estado. O Paraná tem terreno fértil para que essas ideias floresçam. Tamo junto. Viva a Cannabis”, concluiu o deputado.
O 4º Fórum Paranaense de Cannabis e o 1º Simpósio da UEM foram organizados pelo mandato do deputado Goura, em parceria com as associações Semear e Cura em Flor, com apoio da UEM, UFPR, UEL, UNILA, UNIOESTE e Universidade de Coimbra, além do patrocínio do Grupo L.A. Master, por meio das marcas Taima Essential e Taima Rituals.
A edição consolidou a cannabis como pauta pública de saúde, ciência e cidadania, reafirmando o papel das universidades e da sociedade civil na construção de políticas com base científica e compromisso social.