O deputado estadual Goura (PDT) divulgou os resultados da Oficina de Soluções Climáticas para Curitiba. O evento, realizado no dia 06 de junho, reuniu especialistas e ativistas da área socioambiental para discutir alternativas para tornar a cidade mais resiliente em meio aos desafios da crise climática.
O evento contou com a abertura do professor da UFPR Francisco Mendonça, coordenador do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) em Emergência Climática, ex-presidente da ABClima e da Associação Internacional de Climatologia, e de Rubens Mentor, artista e líder comunitário do Sabará.
Segundo o professor Francisco, a responsabilidade pela emergência climática que o planeta vive é das pessoas que aqui vivem e está diretamente ligada com as decisões políticas que vêm sendo tomadas ao longo de décadas de exploração e devastação. “A crise não é do clima. A crise é social e política. Somos nós que produzimos tudo isso”.
Aumento de temperatura
As projeções para Curitiba, segundo ele, são preocupantes, uma vez que na capital paranaense e região metropolitana a temperatura poderá aumentar mais de 3C no período de 2041 a 2070.
“Essa elevação também ocorrerá no número de dias seguidos sem chuva, que pode chegar até 30%. No entanto, a precipitação se mantém quase a mesma aos ser comparada com a atualidade, apresentando um incremento de até 2%. Esse cenário ocorre por causa da ocorrência do volume de chuvas em espaços curtos de tempo, possibilitando o aumento de eventos extremos de origem meteorológica e doenças associadas ao clima”, observou.
Buscando soluções
Na sequência foram realizadas cinco oficinas com os seguintes temas: habitação e regularização fundiária; mobilidade urbana; conservação e serviços ambientais; drenagem e uso do solo, e comunicação e educação climática.
Dessa discussão com os facilitadores, cada grupo de trabalho apresentou o que seriam as notícias que gostaríamos de ver e ouvir no futuro. Todas elas foram pensadas a partir de ações possíveis e urgentes.
O destaque do GT de comunicação e educação climática foi: “Ruas da cidadania definem estratégias para o fórum de mudanças climáticas de Curitiba – Articulação entre cidadãos e poder público constrói 10 planos de ação para implementar soluções coletivas.”
Já o GT de drenagem urbana e uso do solo vislumbrou a seguinte notícia: “Especialistas desenvolvem soluções integradas e inovadoras para drenagem de Curitiba – As soluções envolvem a definição de prioridades através de um estudo sistêmico das bacias e a implantação de soluções de drenagem descentralizadas e ocupação do solo ao longo do curso dos rios.”
O grupo que discutiu conservação da natureza e serviços ambientais acredita na seguinte notícia: “Curitiba e RMC usam a melhor tecnologia para o enfrentamento da emergência climática: a natureza – Como uma cidade verdadeiramente inovadora, Curitiba finalmente reconheceu que a melhor maneira de combater a emergência climática é conservar a natureza.”
Quando o assunto é mobilidade urbana a perspectiva do grupo é para um futuro próximo: “Na data de 29 de março de 2030, Curitiba finalmente consegue atender 20% dos deslocamentos por bicicleta – O ônibus voltou a ser a preferência dos curitibanos, o trânsito melhorou e as mortes foram zeradas.”
O tema habitação e regularização fundiária foi tratado com entusiasmo e confiança pelo grupo, que apresentou a seguinte expectativa: “Comunidades de Curitiba são modelo internacional em Moradia Sustentável – Comunidades do Parolin e Vila Barigui são regularizadas e os trechos dos rios são requalificados com soluções baseadas na natureza.”
O deputado Goura ressaltou que a realização da Oficina de Soluções Climáticas foi um exercício para que as pessoas pudessem discutir com especialistas os problemas reais e pensar em soluções viáveis para um futuro próximo.
“Esse é um exercício que a administração pública deveria fazer diariamente. Temos grandes especialistas no assunto que estão empenhados em pensar e desenvolver soluções viáveis para conter a emergência climática e quem sabe mudar o final dessa história, que pode ser trágica”, disse.
A oficina foi um ponta pé inicial de uma coalizão climática em Curitiba, que vai seguir pautando o tema, propondo e cobrando soluções para garantir uma cidade mais resiliente e justa.
