A segunda edição do Festival Popular Leva Caiçara será realizada entre os dias 30 de abril e 3 de maio de 2025, com todas as atividades gratuitas e abertas ao público.
O Leva Caiçara é uma iniciativa independente do Coletivo Ubá, Associação de Cultura Popular Canutilho Temperado, Família Santos, Raízes Fandangueira e Mestre Zeca da Rabeca, com produção da Cantarim Cultural e apoio institucional do IPHAN, IBAMA, MAE UFPR, Projeto Cotinga UFPR e Mandato Goura.
A programação inicia em Paranaguá e segue até a Ilha de Superagui, em Guaraqueçaba, reunindo mutirão, oficinas, exposição, roda de conversa, contação de histórias, exibição de documentário e o tradicional baile de fandango caiçara.
Todas as atividades acontecem em espaços públicos. As inscrições para participar do Mutirão estão disponíveis pelas redes sociais do Festival, enquanto as oficinas contam com inscrições no local.
Já o Baile Caiçara terá acesso reservado às pessoas que participarem do mutirão, em respeito à tradição que reforça o valor da coletividade: quem não trabalha, não dança.
O mutirão desta edição será realizado no Museu Vivo do Fandango Caiçara, o BAR AKDOV, na Ilha de Superagui, com articulação do mestre Laurentino de Souza.
SERVIÇO
O quê: 2.º Festival Popular Leva Caiçara
Quando: 30 de abril a 3 de maio de 2025
Onde: Paranaguá e Ilha de Superagui – litoral do Paraná
Quanto: Gratuito
Inscrições para o Mutirão: https://www.instagram.com/levacaicarafestival
PROGRAMAÇÃO
30/04
- 13h – Mutirão no Depósito da UFPR, em Paranaguá
01/05
• 8h – Mutirão no Depósito da UFPR, em Paranaguá
- 15h – Mutirão no AKDOV, Ilha de Superagui
02/05 – Bar do Magal
- 14h às 17h – Oficina de Máscaras de Folia
• 17h às 18h – Contação de Histórias
02/05 – AKDOV
- 18h às 19h – Exibição do Documentário “Museu Vivo do Fandango”
• 19h às 20h30 – Roda de Conversa com Zé Muniz e Ary Giordani
• 22h – Baile de paga do Mutirão
03/05
- 13h – Cortejo à Beira-Mar e Almoço Comunitário
ATRAÇÕES ARTÍSTICAS E CULTURAIS
A programação reúne grupos e mestres tradicionais como Família Pereira (Ariri/SP), Família Neves (Marujá/SP), Fandango dos Santos (Ilha de Superagui/PR), Os Caiçaras (Paraty/RJ), Mestre Zeca – Viola Afinada (Paranaguá/PR), e o Grupo de Fandango Caiçara da Ilha do Mel (Paranaguá/PR).
A oficina de confecção de máscaras de folia será conduzida por Angélica Pignata (PE). A exposição fotográfica “Malha Fina”, de Liz dos Anzois, complementa a programação visual, ao lado da exibição do documentário “Museu Vivo do Fandango”, seguida de roda de conversa mediada por Zé Muniz e Ary Giordani. A contação de histórias e o cortejo completam o mergulho na tradição caiçara.
PATRIMÔNIO VIVO
Registrado como Patrimônio Cultural Imaterial pelo IPHAN desde 2012, o Fandango Caiçara é expressão musical, poética, coreográfica e festiva presente em comunidades do litoral de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e norte de Santa Catarina. Mais do que música e dança, envolve trabalho, religiosidade e formas de vida ameaçadas.
A revitalização do AKDOV, local histórico para o Fandango Caiçara, será viabilizada com doações recebidas via IPHAN, UFPR e IBAMA. O espaço, há mais de 30 anos referência na Ilha de Superagui, receberá melhorias estruturais para garantir melhores condições às apresentações e ao uso pela comunidade.
A troca do piso de cimento por madeira é fundamental para resgatar a sonoridade tradicional da dança com tamanco – madeira com madeira –, que integra a musicalidade do fandango.
A ação articula a tradição do mutirão como base coletiva e fortalece a continuidade dos saberes de mestres como Zé Squenine, Pedro Miranda, Galo e Beso. Também beneficia grupos locais como a Família Santos e o Raízes Fandangueira, além de abrir o espaço a visitantes, pesquisadores e turistas.
ORIGEM E CURADORIA
Idealizado pelo Coletivo Ubá de Fandango Caiçara, Associação Canutilho Temperado e Família Santos, o Festival visa dar visibilidade à cultura caiçara e sua transmissão entre gerações. A primeira edição aconteceu em Curitiba, em 2023, reunindo mais de 80 participantes em um formato inédito.
A curadoria é assinada por pessoas ligadas aos territórios e às práticas caiçaras – mestres, arte-educadoras, produtores, pesquisadores – em diálogo entre litoral e capital. Como explica Jéssica, coordenadora do Festival (Ponto de Cultura Cantarim Cultural), o foco vai além da musicalidade, para revelar um universo de práticas, lutas e saberes que compõem a cultura caiçara.