O vereador e deputado estadual eleito Goura foi conhecer, nesta quarta (28), a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (1.ª, 2.ª, 3.ª, 4.ª Delegacias de Homicídios), Delegacia de Homicídios de Maior Complexidade, Setor de Vulneráveis e Setores Administrativos da Polícia Civil de Curitiba, que fica na Avenida Sete de Setembro, 2077. É uma das mais importantes unidade de polícia e tem como atribuições as investigações sobre homicídios, pessoas desaparecidas e crimes contra a saúde pública. O convite foi feito pelo investigador Gustavo Bayer a partir de contato feito com o nosso gabinete.
“O nosso mandato tem como uma das pautas principais os direitos humanos. Por isso, conhecer a estrutura da Polícia Civil é importante para conhecermos a realidade das políticas de segurança pública e como ela acontece na prática. Esta visita foi importante porque nos esclareceu sobre as dificuldades e necessidades que são enfrentadas pela delegacia”, disse Goura
O titular da 2ª Delegacia de Homicídios (DH), Cássio André Dias Conceição, recebeu o vereador para uma conversa sobre segurança pública e a questão das drogas relacionadas às atividades da unidade. Segundo ele, há uma correlação direta entre os homicídios e o problema do tráfico de drogas. “Pela minha experiência posso dizer que quase 90% dos homicídios que acontecem em Curitiba têm alguma relação com o tráfico de drogas, seja envolvendo usuários ou criminosos”, disse.
Para o delegado, a descriminalização das drogas deve ser debatida com seriedade pela sociedade e é uma questão fundamental para as políticas de segurança pública. “Não sou um especialista e deveria ter mais subsídios. Mas é claro para nós, por experiência no dia a dia, que o problema das drogas deve ter uma discussão séria e ser encarada também como problema social e não só policial”.
Segundo ele, no caso da descriminalização ser uma alternativa, seria preciso uma regulamentação efetiva da produção ao consumo para que este espaço não seja ocupado pelo tráfico, mas com uma fachada de legalidade. “Não se pode simplesmente descriminalizar. Tem que regular. Também seria necessária uma política de prevenção ao uso de drogas e de redução de danos para os usuários”.
O delegado também explicou que a atividade da delegacia precisa mais do que só investimentos em infraestrutura, mas também em recursos na área de inteligência para a resolução das investigações. “inteligência é fundamental para a investigação policial. Hoje estamos defasados. Não temos acesso, por exemplo, a dados públicos de cadastro de pessoas das empresas públicas como Sanepar, Detran e outras que poderiam facilitar nossas atividades. Com esses dados teríamos mais facilidade de localizar suspeitos e fazer investigações. Essa integração nos ajudaria muito”, reivindicou.