O deputado estadual Goura (PDT) participou, na noite desta quarta-feira (7), da abertura do 3º Seminário Internacional “Fortalecimento da agroecologia, consequências dos agrotóxicos à saúde humana e à natureza e uma abordagem de vigilância em saúde”, que acontece na UFPR e é promovido pelo Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) e diversas outras entidades. (Confira abaixo.)
Goura iniciou sua fala fazendo um desagravo aos ataques à universidade pública, especialmente à Universidade Federal do Paraná, pelos cortes de verbas promovido pelo Governo Bolsonaro. “Não poderia deixar de registrar meu apoio à universidade pública que mais uma vez sofre ataques”, disse.
“Esse seminário acontecer aqui na UFPR é uma demonstração inequívoca do papel da universidade pública na propagação do conhecimento e da ciência. A promoção da agroecologia e a luta contra os agrotóxicos se deve muito mais a resiliência a força dos agricultores, que resistem ainda na agricultura familiar, mas também encontra apoio na universidade pública e a UFPR é um exemplo disso”, alertou Goura.
Goura disse que a agroecologia deve ter mais apoio e incentivo dos governos, com assistência e compra direta dos produtores, além de outras ações como crédito direto.
Ele lembrou que nesses últimos quatro anos seu mandato promoveu vários debates e audiências públicas sobre os perigos dos agrotóxicos para a saúde humana e à fauna e ao meio ambiente.
“Além dos debates, realizamos a audiência pública: Os impactos da deriva do agrotóxico na sericicultura, apicultura, produção orgânica e agroecológica, realizada, em 2021, na Assembleia Legislativa do Paraná”, informou.
Goura destacou dois projetos de lei apresentados por ele que têm o objetivo de restringir e até mesmo banir o uso de agrotóxicos.
“O primeiro que apresentamos é o PL que (PL 438/2019), que propõe Curitiba e Região Metropolitana livres de agrotóxicos, que prevê que o comércio, o consumo e o armazenamento de agrotóxicos serão restringidos gradualmente em 50% até 2025 e em 100% até 2030.
“O objetivo da proposta é melhorar a saúde e a qualidade de vida da população, preservar os recursos hídricos e favorecer a produção orgânica e sustentável”, disse.
Outro projeto citado foi PL 429/2022 propõe que o Governo do Estado institua a Política Estadual de Redução de Agrotóxicos (PERA) e crie a Comissão Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica (CEAPO).
“A gente precisa de pressão da sociedade contra os agrotóxicos. Precisamos de mobilização social para mudar o sistema que privilegia o uso desses venenos todos. Sem pressão nos legislativos estaduais e federais, não vamos mudar as leis que facilitam o uso de agrotóxicos”, concluiu Goura.
Goura no Painel Iniciativas Legislativas
O deputado Goura participa do painel “Combate Aos Agrotóxicos E Fortalecimento Da Agroecologia”, às 1o horas desta sexta-feira (9), que contara com a participação de Renato Roseno, deputado estadual do Ceará; Rodrigo Agostinho, coordenador da Frente Parlamentar ambientalista do Congresso Nacional; Juliano de Sá, assessor de gabinete do deputado Edegar Pretto e presidente do CONSEA-RS e da Deputada Paulinha, da Frente Parlamentar Ambientalista de Santa Catarina. A coordenação da mesa será feita pelo vereador e deputado estadual eleito Marquito, o Marcos José de Abreu – Fórum de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos de SC.
O seminário
O evento acontece no Campus Rebouças da Universidade Federal no Paraná (UFPR) e aberto a estudantes, pesquisadores, agricultores e representantes de movimentos sociais e de entidades públicas e privadas que se interessa pelos temas. Mais informações aqui.
Participaram da abertura do
do 3º Seminário Internacional “Fortalecimento da agroecologia” a procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR), Margaret Matos de Carvalho; o vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR), desembargador do Trabalho Arion Mazurkevic; o procurador Pedro Luiz G. Serafim da Silva, da Procuradoria Geral do Trabalho ; o promotor de justiça do Núcleo Meio Ambiente do MP-PR, Sergio Luiz Cordoni; o diretor do Setor de Educação da UFPR, Marcos Ferraz e Gustavo Brandalis e da Comissão Ambiental da OAB-PR.
Organização e produção
Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR), Associação Paranaense dos Expostos ao Amianto e Vítimas de Agrotóxicos (Apreaa), Observatório dos Sistemas Tradicionais e Agroecológicos da Erva-Mate, Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Paraná e Santa Catarina (Fetraf-PR/SC), Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva/UFPR, Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador (Neast/UFMT), Observatório do Uso de Agrotóxicos e Consequências para a Saúde Humana e Ambiental no Paraná – UFPR, Terra de Direitos, Fórum Paranaense Contra os Agrotóxicos, Fórum Catarinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, Associação Brasileira de Agroecologia (ABA)¸Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, Movimento Ciência Cidadã, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Apoiadores
AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia, Coletivo Triunfo, DESER/ICAF, Ecoaraucária, Instituto Federal do Paraná (IFPR)/Campi União da Vitória e Irati, Unicentro e Centro de Desenvolvimento e Educação dos Sistemas Tradicionais de erva-mate (Cederva).