Mandato Goura

Governo do Paraná está alinhado ao Governo Federal nas políticas contra o meio ambiente

“Este não é um dia de celebração. É um dia de resistência. Um momento para a gente repensar e se reorganizar para enfrentar os desmandos que ameaçam de destruição do meio ambiente”, declarou o deputado Goura neste 27 de maio, que é o Dia da Mata Atlântica.

Lembrando a fala criminosa do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,  Goura disse que a atual política ambiental do Governo Federal visa a desconstrução do sistema legal e do aparelho estatal de proteção e fiscalização da área ambiental. Os dados ambientais divulgados nos últimos anos, com mais relevância na atual gestão da Presidência da República, só pioram em todos os aspectos no país.

Governo Ratinho Jr. afinado com o Federal
“E é lamentável que o Governo do Paraná esteja afinado com o discurso do Governo Federal no que diz respeito ao meio ambiente. São como duas bandas de música afinadas, ou melhor, orquestras desafinadas na antimúsica do ministro Ricardo Salles de destruição do meio ambiente”, criticou Goura.

O deputado citou como exemplo uma das primeiras atitudes do governo Ratinho Jr. como simbólica de como o atual governo vê o meio ambiente. “No Paraná a primeira atitude do governador foi desconstruir a Sema, a histórica secretaria do meio ambiente, que passou a se chamar Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest).”

Evento on-line com o Gupe

As declarações do deputado foram feitas durante a participação no evento on-line “Dia Nacional da Mata Atlântica: características regionais e os desafios para a proteção do bioma”, promovido por unidades da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e pelo Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE).

Confira a fala do deputado abaixo:

Descaso com o meio ambiente
Goura disse que o governo Ratinho Jr. age com descaso em relação ao meio ambiente, e que além de estar afinado ao discurso do presidente Jair Bolsonaro, ele também desenvolve uma agenda própria que é contra os princípios que norteiam o desenvolvimento sustentável e a proteção à natureza.

“Num levantamento feito na rede social Instagram, nas contas do governador Ratinho Jr e na do secretário da Sedest, Márcio Nunes, nas últimas 100 postagens, não há qualquer referência à preservação, conservação e proteção ambiental. É bem simbólico e diz muito sobre a política ambiental deste governo.”

“Quando o governador lança um programa como o Descomplica Rural, que serve para, em tese, agilizar os processos de liberação de licenciamentos ambientais, está em claro alinhamento ao ministro Salles quando este diz que é preciso passar boiada, dar de baciada. E a mesma atitude contra a legislação e fiscalização ambiental vemos na Assembleia legislativa.”

Outras iniciativas, segundo Goura, confirmam o alinhamento do governo Ratinho Jr. ao discurso contra o meio ambiente do governo Bolsonaro. “E não são poucas. O pseudodiscurso desenvolvimentista é na verdade só uma desculpa para que não se respeite o meio ambiente e se promova a devastação”, disse Goura.

Alinhado à política de destruição
O apoio ao projeto de lei de diminuição da Escarpa Devoniana (que acabou retirado por pressão da sociedade civil e de pesquisadores das universidades públicas); o apoio à reabertura da Estrada do Colono (leia mais abaixo); o financiamento público a um empreendimento privado como a Faixa de Infraestrutura do Litoral e as distorções no repasse do ICMS Ecológico são só alguns exemplos desse alinhamento à visão do bolsonarismo referente ao meio ambiente.”

Paraná é o 3 º que mais desmatou em 2019

E foi nesta quarta-feira (27) que a Fundação SOS Mata Atlântica divulgou dados sobre o desmatamento em todo o Brasil, revelando que o desmatamento do bioma cresceu 27% entre 2018 e 2019. Este “Atlas da Mata Atlântica” mostra que o desmatamento no Paraná cresceu 35% no período.

Leia, clicando na imagem abaixo, a matéria sobre o desmatamento da SOS Mata Atlântica:

Foram 14.502 hectares desmatados entre 1º de outubro de 2018 e 30 de setembro de 2019, comparados a 11.399 no mesmo período entre 2017 e 2018. Assim, o Paraná é o terceiro estado com maior índice de desmatamento de mata atlântica no país, com 2.767 hectares destruídos entre 2018 e 2019. Clique aqui e acesse a matéria da Fundação SOS Mata Atlântica sobre o “Atlas Mata Atlântica – 2019/2018”

Clique na foto e leia uma das matérias sobre o aumento do desmatamento no Paraná:

Goura lembrou que a defesa do meio ambiente é uma das suas principais bandeiras de luta como ativista e como político, desde que foi eleito vereador e depois deputado estadual. Ele lembrou algumas ações recentes no seu atual mandato.

“No ano passado participamos da divulgação dos resultados da operação Mata Atlântica em Pé realizada pelo Ministério Público em 16 estados e com apoio da Fundação SOS Mata Atlântica”, por exemplo. “Uma iniciativa importante de fiscalização para coibir o desmatamento”, explicou.

Confira a matéria sobre a operação clicando na imagem abaixo:

Ele também recordou as iniciativas referentes à Estrada do Colono,que teve a ação pela reabertura extinta pelo Supremo Tribunal Federa, (Veja  aqui), a ação para a revogação do decreto do governador Ratinho Jr. para suspender a autorização de corte da restinga e sobre a legislação sobre as araucárias.

Araucárias ameaçadas de extinção

“Só resta 0,8% de floresta com araucárias e 0,1% de campos naturais no Paraná. Lembrando que de todas as florestas com araucária restantes no Sul, cerca de 54% ficava no Paraná, 35% em Santa Catarina e 9,8% no Rio Grande do Sul. Se o ritmo de desmatamento continuar essa floresta de araucárias estará extinta até 2070”, alertou.

Contra o PL do manejo da araucária

O deputado explicou que recentemente foi aprovado um projeto de lei, na Assembleia do Paraná, que alterou a legislação no que diz respeito ao plantio da araucária. “Mas o mais preocupante é outro projeto de lei que diz respeito ao manejo das araucárias. Esse sim, uma verdadeira ameaça aos remanescentes e que deve ser barrado e rejeitado”, destacou.

Dia da Mata Atlântica

A data é comemorada desde 2001 a partir de iniciativa conjunta da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – RBMA, Rede de ONGs da Mata Atlântica-RMA, SOS Mata Atlântica, Pacto pela Restauração da Mata Atlântica e WWF – Brasil, com o apoio da Unesco. O objetivo é informar, sensibilizar e divulgar as ações em prol desta floresta, onde vivem 2/3 da população brasileira e que concentra 70% do PIB do país.

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