As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Curitiba estão funcionando de forma precária, com equipes profissionais reduzidas, falta de equipamentos e de materiais no combate à epidemia do novo coronavírus, a Covid-19.
A denúncia foi feita por servidor municipal da área da saúde da Prefeitura de Curitiba ao deputado estadual Goura (PDT), que encaminhou pedido de providências ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), na quinta-feira (3).
Pedido de vistoria urgente
“Recomendamos uma vistoria urgente nas UPAs do município para esclarecer essa denúncia”, destacou Goura. “Nos dispomos a participar enquanto representante do Legislativo Estadual para averiguar as efetivas condições de trabalho nestes locais, sem prejuízo às demais medidas cabíveis para apuração dos fatos expostos”, completou.
Denúncia feita por servidor
“Fomos procurados por servidor municipal que trabalha na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campo Comprido. O trabalhador disse que as
equipes têm trabalhado com materiais insuficientes ou precários. Também informou que os melhores equipamentos da UPA foram levados para o Hospital Vitória, no Bairro CIC”, informou Goura.
Falta de equipamentos
O deputado disse que o servidor contou que há três monitores para pacientes graves da UPA, mas apenas um funciona, e que há apenas dois respiradores na unidade. “Ele também disse que houve alagamento na sala de emergência, em decorrência da chuva no domingo, dia 29 de novembro, e que os funcionários da UPA enfrentam um surto de Covid-19.”
O servidor que fez a denúncia e encaminhou uma foto de um leito amarrado precariamente com uma luva hospitalar para se manter sustentado. “O mais grave é que, segundo o funcionário, essa situação de precariedade se repete nas outras UPAs da Prefeitura de Curitiba”, informou Goura.
Preocupação e estarrecimento
“Estamos num momento dramático da pandemia, que voltou a ter as médias móveis de mortes e casos batendo novos recordes neste início de dezembro. Situação que causa preocupação e estarrecimento, porque a ocupação das UTIs disponíveis para tratamento da Covid-19 está acima de 90% na cidade e centenas de pessoas esperam uma vaga”, ressaltou Goura.
O deputado afirmou que a Prefeitura de Curitiba tem obrigação, conforme a Constituição Federal, de fornecer condições mínimas de trabalho aos profissionais e equipamentos públicos de saúde. “Ao não fazer isso, o prefeito viola frontalmente o direito previsto no artigo 196 da Constituição Federal. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) possui entendimento de que a inação também constitui uma violação do dever público”, informou.