Uma contagem de ciclistas feita em uma das principais ciclovias de Curitiba, na Rua Mariano Torres esquina com a Avenida 7 de Setembro, registrou de 16.570 viagens em um período de 11 dias.
O monitoramento foi feito a partir de uma iniciativa do deputado estadual Goura (PDT) que provocou a representante da EcoCounter no Brasil, empresa francesa líder mundial nesta tecnologia, para um desafio na cidade de Curitiba: estabelecer em uma importante ciclovia na cidade, pela primeira vez na história de Curitiba, o monitoramento em uma escala maior, 24h/dia em um período de 11 dias.
Com isso, foi instalado um contador automático e seletivo de ciclistas na ciclovia da Mariano Torres, no jardim do Hotel Nacional INN. A contagem foi feita desde o dia 30 de agosto até o dia 11 de setembro, ou mais de 300h ininterruptas de monitoramento.
“É muita gente pedalando, cada vez mais as pessoas estão optando pelo uso da bike no dia a dia e, junto com o aumento do uso da bike, temos que ter o aumento de políticas públicas, de infraestrutura, de ciclovias, ciclofaixas e orçamento para que mais pessoas possam transitar e pedalar com segurança aqui em Curitiba”, afirmou Goura sobre o resultado da contagem.
Veja os dados coletados:
- Total de viagens contabilizado neste período foi de 16.570 (até 11 de setembro);
- uma média diária de 1.238 ciclistas em dias de semana (cerca de 51 ciclistas por hora);
- picos de utilização bem definidos durante a semana, caracterizando um uso consolidado do modal para deslocamentos diários de “trabalho”
- utilização horária da ciclovia, com dois principais picos (10h da manhã e 17- 18h)
- média diária de 1.049 ciclistas nos finais de semana;
- maior fluxo em dias de semana é quarta- feira e o domingo, para os finais de semana;
- é possível perceber também uma utilização nas madrugadas o que pode orientar para ações que visem a segurança destes ciclistas (ver gráfico);
- distribuição do sentido entre centro e bairro, quase que uniforme, respectivamente 47% e 53%;
- uma significativa diminuição do uso nos dias de chuva forte e frio, mas não chegou a zero uso, caracterizando de certa maneira um uso permanente da bicicleta, faça chuva ou sol.
Tecnologia para subsidiar políticas públicas
Em todas as cidades consideradas “smartcities” do planeta, a utilização de tecnologia de ponta para o monitoramento permanente e automático de fluxos de pedestres e ciclistas vem contribuindo significativamente para o acesso a informações precisas sobre a qualidade da mobilidade ativa.
A utilização dessa tecnologia contribui para responder questões básicas como o número de pessoas que utilizam os espaços, a que hora se transita por eles, quais diferenças entre dias da semana e os fins de semana, ou entre distintas estações do ano, a que taxa esses fluxos crescem, quais são os horários de pico e outros dados.
Esses dados podem colaborar para a implantação de políticas públicas mais acertadas de mobilidade ativa, como implantação de sistemas de bikes compartilhadas, ligações de ciclovias, instalação de iluminação e segurança.
Realidade no Brasil e no Paraná
No Brasil, em cidades como São Paulo ou Belo Horizonte, o monitoramento permanente já é realidade e as informações têm sido utilizadas para fortalecer o transporte ativo nas cidades e contribuindo para tornar o ciclista e o pedestre partes da paisagem urbana.
O Mandato Goura, nos últimos anos, vem promovendo várias ações relacionadas ao tema, como Café com Ciclistas, Dia de Bike ao Trabalho, entre outras, incluindo sempre contagens pontuais de ciclistas nas cicloestruturas da cidade, além de toda a política pública diretamente associada à ciclomobilidade e ao cicloturismo.
