“É o momento de deixar o tom lamurioso e partir para a ação. Pois, com este governo, sempre pode ficar pior. É o momento de pensar radical”, afirmou Goura ao participar, nesta segunda-feira (25), no Campus Rebouças da UFPR, do II Seminário Lazer, Cultura e Território & II Seminário Linguagem, Corpo e Estética na Educação.
Goura criticou o pessimismo que tomou conta da política e, principalmente, dos integrantes do espectro progressista e à esquerda do atual governo. E continuou falando que o momento político de crise também pode ser o de transformação.
“A palavra crise vem do Grego krisis, que significa ação ou faculdade de distinguir e tomar decisão. Por isso, é também o momento de renovação, quando o velho dá espaço ao novo”, afirmou. Antes, Goura contou que é graduado e mestre em Filosofia pela UFPR.
Mesa de debates
Goura foi um dos integrantes da mesa que teve como tema: Lazer e ativismos sociais: o corpo em ação no espaço público e que contou com a participação da professora Daniella Tschöke Santana e mediação do professor Marcelo Caetano Andreoli.
O evento foi organizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Lazer, Espaço e Cidade (Geplec), da UFPR, e pelo Núcleo de Estudos em Cultura e Ócio, da Universidade de Aveiro, de Portugal, e foi uma continuidade do I Seminário realizado, no mês de julho, em Portugal, e que também contou com a presença do deputado Goura.
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“É muito bom poder participar novamente deste debate. Estivemos, em Portugal, no primeiro seminário, que foi um momento muito interessante de debate sobre as políticas públicas sobre o lazer e a ocupação dos espaços públicos. Agora damos atenção ao corpo nesse processo”, disse Goura.
Goura falou sobre como a ocupação dos espaços públicos se tornou uma pauta importante nos seus mandatos e como o ativismo nas ruas o levou à política institucional. Ele relatou as principais experiências como ativista da ciclomobilidade, de defensor do meio ambiente e de outras causas como a arte e a cultura.
“Foram ações como ciclofaixa pirata, a bicicletada, a construção da Praça de Bolso do Ciclista, por exemplo, que nos motivaram a avançar mais e não ficar apenas no papel de sugerir e sim no de também sermos protagonistas. E o caminho foi a política, a política institucional, com uma proposta de fazer uma política diferenciada”.
O corpo na política
Goura também explorou seus conhecimentos como professor de Yoga para dar um conteúdo político ao corpo e o comparou ao espaço público, à cidade. “No Sânscrito ksetra é o campo de atividades, é o corpo. E jña é conhecedor. Então ksetra-jña é o conhecedor ou proprietário do corpo”, explicou.
E continuou: “E nava-dvāre-puri é a cidade dos nove portões, o corpo físico. Então o conhecedor do corpo, a libertação do corpo pode ser também a libertação da cidade”. E completou com uma referência ao processo político. “Temos que fazer este resgate de saberes. Trabalhar a libertação do corpo/cidade. Isto só acontece com a política”.
Seminário
O objetivo desta segunda edição do seminário foi aprofundar a reflexão de elementos teóricos e empíricos que envolvem o fenômeno do lazer, buscando ampliar o entendimento sobre diferentes territórios e culturas nos quais se materializa, nos âmbitos local e global, com ênfase na relação corpo e cidade.