Tive uma conversa muito esclarecedora com o pessoal da ONG-José para compreender o quão importante e urgente é termos uma política pública estadual para migrantes, refugiados e apátridas no Paraná.
A ONG-José atua em Curitiba e trabalha para dar suporte aos migrantes de diferentes origens que residem no Paraná e aos paranaenses que querem emigrar.
Conversei com os guineenses Vladimir Albino Té, Francelino Sanhá, Bininba Djata, Nuna Nunes Correia, Bernardo Domingos e Raimundo Paulo Cabi, que compõem a diretoria da ONG-José.
Durante o bate-papo com eles, lembrei da importância de se fortalecer as relações do Sul Global e da criação de políticas efetivas que promovam a integração entre os países do Sul-Sul, especialmente entre Brasil-África.
O presidente Vladimir explicou que a ONG-José atende as necessidades dos migrantes no dia a dia. “Desde a regularização de documentos de qualquer imigrante de qualquer país até aqueles que querem ir morar em outro país”, explicou.
Segundo ele, apesar da direção da ONG-José ser de pessoas vindas da Guiné-Bissau, a entidade atende imigrantes de qualquer país. “Da Venezuela, Cuba, Bolívia, Angola, Senegal, Jamaica, Haiti. São mais de 13 países.”
O Francelino lembrou que há um fluxo contínuo de imigração para o Brasil daqueles que vêm estudar e trabalhar e acabam optando por fixar residência no país.
“Se tornam brasileiros, migrantes que muitas vezes só têm o apoio de entidades como a ONG-José”, disse. “Na Polícia Federal, por exemplo, nem sempre o atendimento é adequado e acolhedor.”
Diante do que eles falaram, nós vamos fazer alguns encaminhamentos: ajudar na concessão do título de utilidade pública municipal e estadual para a ONG-José;
promover uma audiência pública para tratar da questão dos migrantes no Paraná de forma geral, a fim de jogar uma luz e entender melhor o que está acontecendo hoje nessa área;
e agendar uma reunião com a UFPR para tratar de questões acadêmicas relativas aos estudantes migrantes e à criação de um acervo acadêmico de pesquisa sobre migração no Paraná.